Nasci em 30 de novembro de 1981, em uma segunda-feira, quase completando 8 meses de gestação. Não é à toa essa minha ânsia de viver. Cresci até os quatro anos perto da minha avó paterna, e ainda me lembro dos banhos na bacia de alumínio que ela me dava quando pequena. Logo depois mudamos para Perus. Vinha todos os finais de semanas ver os avós, maternos e paternos. Meu vô materno era um ser iluminado, ainda sorrio quando eu lembro do tanto que ele me divertia, me enchia de doces e fazia brincadeiras inteligentes, a vó materna é a vó "Exterminadora" a avó que lutava comigo... que não se cansava de uma boa guerra de mão.
Os avós paternos eram diferentes, o avô me ensinou a não ter medo de dentista arrancando os dentes de uma piranha embalsamada que minha avó tinha (cada um que cai, escondíamos dentro da piranha banguela). A avó paterna era carinhosa mas não demostrava em palavras e sim em ações... uma pena que logo ela foi ficando doente e a "ELA" tirou ela desse mundo, tenho certeza que se estivesse viva hoje nós seríamos grandes amigas.
Minha paixão era meu pai, ia muitas vezes trabalhar com ele. Aprendi com uns 5 anos a dirigir uma escavadeira. Subia e descia da carroceria do caminhão como um menino. Sempre viajávamos em busca de materias de construção para o depósito que ele tinha. Então me acostumei a dormir no chão da cabine de um Mercedes 1113, azul. A gente lutava, corria, brincávamos feito crianças. Quebramos uma TV em uma brincadeira. Pena que ele não se lembre de nada disso.
Minha mãe era a cuidadora, a que fiscalizava meus estudos, e fazia de tudo para me manter com essência de criança.
Nunca fiquei doente, as minhas visitas ao pronto socorro sempre eram por causa de tombos, acho que engessei o braço umas 8 ou 9 vezes. Sempre fui muito estabanada.
Aprendi a gostar de escrever em uma escola que estimulava muito a leitura. Parte da vontade de escrever o blog devo ao Senemby, pois lá plantaram a sementinha de vontade de ler e escrever.
Com 10 anos minha avó paterna faleceu, e nós nos mudamos para São Paulo novamente e então mudei de escola fui para uma escola de freiras, Instituto Madre Mazzarello, lá aprendi muito sobre religião coisa que me interesso muito.
Aos 13 anos nasceu meu primeiro primo, até então eu era neta única, no começo senti ciúmes mas depois percebi que cada um tinha seu espaço e que aquele pedaço de gente era incrível.
Pedi pra ser Crismada e escolhi a madrinha de Batismo para ser madrinha de Crisma, ela é incrível. Meus padrinhos são os melhores.
Meu avô materno ficou doente e quando eu voltava da escola ficava cuidando do primo, ainda bebê, junto com a bisavó. Minha paixão por aquele menino só cresceu, jogava vídeo game com ele no meu colo dormindo.
O tempo passou o vô se curou mas aí... o que não esperávamos aconteceu. A doença voltou. E com 16 anos perdi o avô risonho de olhos verdes e carinhoso que enchia eu e o "pequeno" de Kinder Ovo de final de semana, eram tantos ovos que a avó tinha que guardá los em potes pois aguentávamos comer poucos.
Então meus pais se separaram, e para prejuízo dele... Ele também se separou de mim. A muito tempo não me notava mais... E durante muito tempo eu amargurei isso mas depois percebi que quem perdeu foi só ele.
Fiz alguns trabalhos como modelo fotográfica, não investi muito na carreira, não era o que eu queria para mim... Arrumei um emprego na Floripa Clínica Veterinária e lá aprendi muitooo. Realmente a Abigail me fez crescer de todas as formas e a Clínica vai estar para sempre em meu coração.
Prestei concurso pra Usp, passei, me chamaram e de repente eu estava trabalhando em um laboratório de Química Ambiental. Fazia inglês, faculdade a noite, crochê na hora do almoço e curso de webdesigner. Ia dormir as 00h 30min e acordava as 5h e 30min. Meu corpo foi ficando cansado mas a vontade de dominar o mundo era maior... fiquei doente, peguei uma pneumonia e conjuntivite juntas em agosto de 2007. Então em setembro de 2007 comecei a notar algo errado com meu corpo. Já vinha com uma "falta de força" na mandíbula, o que hoje eu vejo que na verdade era como um travamento muscular, isso durou uns meses mas como eu sempre quis ser de ferro fui empurrando esse "problema" até ele explodir com um braço direito travado e alguns tombos levados...passei 4 longos anos indo de médico em médico para ouvir muitos absurdos. Foram médicos do convênio, médicos particulares e médicos da rede pública mas nenhum sabia o que eu tinha. Engordei 35 quilos, perdi toda a vaidade e a confiança nas pessoas. Em 2011, eu e minha mãe estávamos completamente desesperadas pois os sintomas só pioravam e nenhum médico era capaz de dizer o que eu tinha quando muito, que era psicológico... Mas sabíamos que não era. Não sou dessas... o que eu tinha era bem real e doía muito. Foram 4 anos de noites sem dormir, embaixo do chuveiro com água bem quente, assim o músculo relaxava e eu dormia. A vontadede bater a cabeça na parede era grande mas já tinha caído tantas vezes que andava sem vontade... Foi aí que minha mãe disse... só o Dr. Acary vai ser capaz de descobrir o que você tem, e um milagre jogou uma assistente social da Unifesp no nosso destino, e ela nos encaminhou para equipe dele... O que aconteceu depois??? Leia o próximo post, ok??
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Antes da Stiff Person Syndrome
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Amigos...
Com o passar do tempo eu aprendi que temos amigos de tudo quanto é tipo, e todos com defeitos, ninguém escapa disso, eu não escapei. Ainda assim posso considerar alguns amigos mesmo com defeitos pois ser amigo é isso...passar por cima dos defeitos, muitas vezes engolir goela abaixo para não nos fecharmos numa bolha, eu mesma reconheço que tenho muitos defeitos e sou muito difícil de engolir.
Então comecei a analisar as minhas amizades e ver realmente como elas eram, se você é meu amigo, se considera um e estiver lendo e sentir que alguma parte eu estava falando de você...talvez eu esteja me referindo a exatamente você do outro lado da tela.
Eu tenho amigo mentiroso, amigo de muito tempo, amigo que só se importa com as aparências, amigos que não me ligam pra saber se estou bem, amigos que eu fiz a um mês mas parece que faz um século, amigos que atendem meu pedido de socorro inbox no Facebook e mesmo de um tempãooo sem ver essa pessoa me socorre com o maior carinho, tenho amigos que são quase irmãos mas eu nunca vi pessoalmente, espero um dia vê la; Amigos que se afastam quando a Stiff piora, amigos que nem sabem que a Stiff está pior, amigos que desapareceram, amigos que me viraram as costas (esses não posso classificar como amigos), amigos que me entendem em uma simples postagem, amigos que fazem questão de não entender, amigos que não eram amigos... eram professoras e no final acabaram me ensinando muito mais do que matéria na sala de aula. Amigos que eu posso falar o que eu quiser, amigos que eu tenho que medir as palavras, amigos que me defendem a qualquer custo, amigos que não compram uma briga por mim, amigos que mudam de humor, amigos que rezam por mim mesmo estando na Turquia, amigos gays no qual eu tenho liberdade para conversar sem constrangimento, amigos que me surpreendem, amigos que eu acho que são amigos mas nunca foram... assim como amigos que eu nunca achei ser amigos mas me surpreenderam...
Ser amigo é isso...aceitar cada tipo de amigo que aparecer na minha vida e entender aquela velha frase que minha mãe e minha tia sempre me disseram...ainda que pareça uma frase amarga... Um amigo é um amigo mas nenhum deles vai ser como elas quando eu precisar... elas me dariam um rim...um amigo não!!!!