Ultimamente anda difícil de engulir os fracassos. São tantas coisas que eu deveria estar fazendo agora que a minha cabeça não para.
Hoje eu não estaria aposentada com 32 anos, não sentiria dores, não teria que ir ao médico sempre, nem tomar doses cavalares de IgA, muito menos me entupir de remédios diariamente.
As mulheres da minha idade tem uma carreira, terminaram a faculdade, estão atrás de uma especialização. É muito duro confrontar isso, muito duro viver sem se comparar com essas mulheres. No que eu poderia estar vivendo se a Stiff não tivesse me "atrapalhado". É difícil de me distanciar disso tudo, de não fazer comparações. De não me sentir para trás, devo admitir.
Não questiono Deus sobre o que passo, mas questiono muito porque a minha vontade imensa de dominar o mundo é inversamente proporcional de me sentir estagnada. Na maioria das vezes jogo a minha frustração nas pessoas ao meu redor, pois vejo potencial e saúde nelas, tudo o que eu mais queria, esse sentimento não é inveja mas sim mas uma vontade de empurrar essas criaturas morro acima. Pois é no topo em que eu queria estar.
Mas a vida me jogou as limitações e assim eu tenho que viver, dominar o mundo a minha forma. Arrumar um jeito de subir o morro sozinha, sem ajudas, nas unhas pois não quero ajuda dos outros, não por orgulho mas sim por DETERMINAÇÃO. Quero chegar no topo e gritar pro mundo. Eu consegui!!! Apesar de todos os "nãos" diários que a vida me dá.
Se eu queria uma vida sem Stiff Person? Por incrível que pareça a resposta é -Não. Pois a Stiff me moldou exatamente do jeito que sou agora e cada fracasso me faz mais forte, resistente.
Como aquela música do Roberto Carlos e Erasmo Carlos, fiz os meus castelos, sonhei ser salva do dragão, mas quando acordei estava sem ninguém. Sou eu que vou ter que matar meu dragão, pois uma coisa eu aprendi na vida. Não podemos criar expectativas e esperar pelos outros. Se eu quero uma coisa, eu vou lá e faço pois assim é a melhor garantia de que será bem feito.