sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

E se?

Estava agora aqui pensando...depois de tudo que eu tenho vivido... Eu me deparei com uma realidade.
Vocês já pararam pra pensar como seria a minha vida se a Stiff Person Syndrome não tivesse se manifestado. Talvez esse blog nem existesse. Talvez, não!!! Com certeza ele não existiria.
Vocês já tentaram imaginar como a minha seria???
Hoje eu parei e pensei nisso... o bom e velho "E SE?"...
Se a Stiff não tivesse se manifestado hoje eu provavelmente seria uma biomédica, estaria trabalhando no ICB - USP, que era para onde eu sonhava em ser transferida. Muito que provavelmente estaria em um cargo maior. Eu iria com um carro novo trabalhar. Teria feito minha mãe parar de trabalhar. Também estaria cursando uma especialização ou se já tivesse terminado estaria fazendo uma pós...ou como meus chefes na Química da USP incentivavam, talvez feito um doutorado.
Solteira? Acho que não, o encontro com o Fernando foi do tipo inevitável e o amor por ele também. Acho que estaria noiva, assim como estou agora e planejando um casamento para um futuro...Assim como estou agora.
Mas não podemos viver de "Se" na vida. Temos que esquecer todos os "E SE?". Então eu apaguei tudo que tinha na minha mente e pensei...o meu "Se" é agora. Esta é a minha realidade. Não posso viver de comparações. Tenho que viver de realidades.... tenho Stiff Person Syndrome,  estou aposentada, tenho o meu blog, pelo qual me orgulho muito e se tudo isso não tivesse acontecido na minha vida, eu não estaria no "E Se?" certo da minha vida.
Aquela linda frase do Caio Fernando Abreu...
“E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso, é o seu lado certo.”
Realmente a vida me virou do avesso, e hoje eu consigo enxergar que esse é meu lado mais certo.


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Dançando ao luar!!!

Hoje a "burra" aqui foi ler um post que tinha feito a muito tempo e...apagou sem querer e chore....ele era um dos meus preferidos. Já tentei recuperar mas... Não deu....Então, ele dizia mais ou menos isso...
Cada um tem um papel nessa vida!!! E eu tenho o meu, odeio fazer o papel de coitada. Odeio que me olhem e digam... "-Coitadinha, tão nova!!!"
Como se pessoas jovens não pudessem adoecer. Não estou nesse mundo para ser a vítima, vim aqui para aproveitá lo. Agradecer o Iga que corre em minhas veias, agradecer cada momento de sabedoria que a Stiff Person Syndrome me proporcionou e agradecer cada momento de estupidez que me fez aprender algo.
Ninguém aqui está sofrendo ira divina, ou pagando pecados. Estamos aqui aprendendo.
É certo que essa vida é uma montanha russa, uma hora ela está subindo e do nada o "carrinho" começa a descer, cabe a você decidir se vai fechar os olhos, levantar os braços e sentir aquele vento no rosto, além daquele frio na barriga incrível, afinal....uma hora o "carrinho" irá subir novamente!!! Já eu prefiro passar por tudo isso...

               DANÇANDO AO LUAR...

https://youtu.be/0yBnIUX0QAE

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Eu tenho Stiff Person Syndrome, e agora?

Já falei outras vezes mas é sempre importante falar, quando você recebe o diagnóstico de uma doença auto - imune, incurável, progressiva... é como se você recebesse um balde de água gelada na cabeça. Tudo gela, o mundo para, os segundos param, você consegue se lembrar de cada palavra do médico, a hora que ele te disse, o lugar, a roupa que você estava vestindo. É como se o ataque ao World Trade Center nos E.U.A.  no dia 11 de setembro de 2001 estivesse acontecendo somente com você.
Lembro que quando o médico disse: -Viviane, você tem Stiff Person  Syndrome. Eu quase disse: - O quê??? Repete por favor??? O médico que me deu o diagnóstico não foi o Dr. Acary, apesar de eu ser paciente do doutor desde o começo e ele ter solicitado o Anti-Gad, mas por um imprevisto do destino quem pegou minha ficha aquele dia foi outro doutor, ao qual eu não tinha intimidade. Então não tinha muito o que perguntar. Na verdade eu não tinha a liberdade que eu criei com o doutor Acary. Então saí do consultório em choque, na verdade estava bem feliz, afinal era cientificamente comprovado que eu não era doida mas estava com medo de tanta informação que viria a seguir. A Internet do celular era péssima, pior do que a de agora, acreditem. E eu não tinha como ter muitas informações dentro do ônibus.
Chegando em casa continuei com o meu velho lema de "não irei ler nada sobre o que eu tenho". Pois eu nunca iria me apegar a parte negativa da síndrome. Então coube a minha mãe fazer a pesquisa do que se tratava a Stiff Person Syndrome.
Sei que pode parecer injusto mas eu me fecho ao negativo. Sei que a Stiff Person Syndrome,  tem um lado muitooo ruim, sei de todas as consequências mas eu não ia, não vou e nem nunca irei me apegar ao lado negativo das coisas.
Minha mãe filtrou informações e me passou o que eu deveria saber, óbvio que futuramente eu descobri que não era tão leve como ela tinha me ilustrado. Mas é óbvio que ela estava me protegendo.
Acontece que eu quero aconselhar aqui, a quem quer que seja, que tenha recebido o pior diagnóstico recentemente para que não deixe o desespero dominar. A primeira reação que temos que ter é respirar fundo e pensar coerentemente, não se deixar fraquejar, não se deixar influenciar pelo Dr. Google, não comparar seu caso com o de outras pessoas. Somos indivíduos únicos e cada um apresenta a Stiff de uma forma diferente. E posso até afirmar que cada um apresenta os sintomas da Stiff Person de acordo com a forma que a encara.
Sim!!! Isso mesmo, conheço algumas pessoas e vejo a Stiff se manifestar de formas diferentes em todos os portadores mas também percebo que isso está diretamente ligado ao modo que encaram a vida. Isso não é uma crítica aos meus companheiros raros mas sim uma observação.
Então aconselho que com mais leveza você encarar a vida, a Stiff ou outro problema que esteja passando mais suave será os sintomas. Mais leve a vida vai te conduzir.
Não adianta dar "murro em ponta de faca" aprendi que temos que deixar a vida nos levar, rir das desgraças é a melhor forma de sair de uma situação ruim.
Não adianta fechar a cara para a vida e fazer o tipo "criança mimada", a vida é dura para quem é mole. Mas ser leve não é sinônimo de fraqueza, ser leve é a maneira mais simples de viver a vida. Definitivamente a negatividade não combina com a Stiff Person Syndrome!!!
Todos os dias eu me levanto e penso, tá doendo? Está!!! Mas que bom que tenho pernas pra doer. E se não tivesse pernas...poxa... Que bom, assim elas não doem. De todos os ângulos é possível enxergar algo bom.
Não sou aquelas que enxerga o copo meio vazio, para mim o copo sempre está sempre transbordando de alegria.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Todos podem encontrar um grande amor!!!

Faz um tempo, ele me pediu que eu postasse algo sobre ele. Não que ele não merecesse e agora alguma coisa mudou... Mas resisti a isso pois não queria expor minha vida sentimental. Ele aceitou bem minha decisão e  eu pensei...um dia eu escreverei...
Acontece que as coisas são complicadas quando se tem Stiff Person Syndrome, ou qualquer doença crônica e tem que se manter uma relação.
Existe muita coisa envolvida, existe preconceito por parte das pessoas que não querem deixar se apaixonar por uma pessoa doente. Existe o "fardo" de sermos de certa forma "diferente" aos olhos dos outros... As famílias podem não aceitar... e apesar de eu parecer completamente normal não é assim que as coisas são quando se vive na nossa condição.
Há 6 anos atrás eu terminei um relacionamento de anos pois vi que ele não era compatível comigo. E então me fechei em uma bolha e comecei a viver só dá doença, até então não diagnosticada. Em 2011, o Dr. Acary descobriu o que eu tinha e comecei meu tratamento. De certa forma muita coisa mudou na minha cabeça mas a possibilidade de me envolver com um "cara" era distante... Eu pensava ser um "fardo" e pensava que não queria ninguém amarrado a "isso" a vida toda. Noites com dores, sessões de Imunoglobulina, remédios e mais remédios.
Nesse meio tempo apareceram algumas pessoas que não estavam bem dispostos a encarar isso comigo e eu logo me afastava, confesso que achava eles muito vazios.
E então quando eu menos esperava em um sábado de sol, na chácara dos nossos amigos. Sim...Nós temos amigos em comum...ele é amigo desde o colegial do marido da minha melhor amiga... Apareceu ele... Fernando... sem pretensão alguma. Só lembro que quando bati os olhos nele pensei...que rapaz bonito!!!
E de lá para cá ele só me mostrou que é possível sim ter uma companhia. Que é possível sim amar alguém mesmo possuindo Stiff Person Syndrome.
É possível conviver...que ele é capaz de conviver com minha síndrome. Ele aceitou, a mãe dele aceitou e nunca fizeram diferença. Muito pelo contrário...ele me trata como se eu não tivesse nada...o que as vezes pode ser negativo. Costumo falar para ele que ele precisa de um manual de instruções de como conviver comigo.
Agora ele já aprendeu que cócegas não são legais, nem sustos,  que ele tem que segurar a minha mão pois eu posso cair a qualquer momento, que eu não posso ficar de pé por muito tempo... e tem muitas outras informações que ele vai absorvendo aos poucos...afinal a Stiff Person Syndrome é uma descoberta para mim também...As vezes.
E o mais inacreditável em tudo isso é que ele é corajoso e quer casar comigo... hehehe... Dia 20 de julho de 2015, do jeito mais romântico possível ele me pediu em casamento. E foi promovido de namorado para noivo.
E só me faz pensar que o amor é possível para todos...basta estar aberto a isso. Basta estar disposto a encarar esse mundo de aventuras que é amar.
Obrigada, Fê por mudar meu modo de pensar. Por tornar minha vida mais feliz, por dividir um pouco da sua mãezinha comigo. Obrigada por me proporcionar muitas alegrias.
Quantas vezes você pedir...todas as repostas serão...SIM!!! Te amo!!! Ok?
E a vocês que estão aí do outro lado da tela... Não percam as esperanças. Sempre é possível encontrar alguém que te ame da forma que você merece!!! Basta estar aberto a isso, nunca se feche numa bolha sempre existirá alguém disposto a encarar a vida ao seu lado. Pode crer!!!



https://youtu.be/KQcNS_hBvUk

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Baixa imunidade!!!

Já faz algumas semanas que eu pensei nesse tema. Não escrevi mesmo pois estava com uma vida corrida e também não queria que soasse como uma desculpa por certas coisas que aconteceram na minha vida.
Quando se tem Stiff Person Syndrome e se faz tratamento com Imunoglobulina Humana, se adquire também baixa imunidade. A grosso modo funciona assim: como a Stiff Person Syndrome é uma doença auto - imune, isto é eu produzo anticorpos contra meu próprio organismo,   um dos métodos de "frear" a evolução da doença é fazendo as sessões de Imunoglobulina Humana. E ao fazer o uso desse medicamento existe uma baixa na imunidade do meu corpo, o que acaba acarretando em gripes frequentes, viroses...e por aí vai.
Para se ter uma ideia na campanha de vacinação contra a gripe eu por ter uma doença crônica fui até um posto de saúde tomar minha dose. "Santa Ingenuidade", 3 dias depois estava com uma gripe de matar. Essa é a razão de a Dra. Valéria ter mudado o local em que eu recebia as aplicações de Imunoglobulina, pois antigamente eu recebia a Imunoglobulina em hospitais mas todo mês eu saia de lá com virose, gripe. Então decidimos que faríamos as aplicações em uma clínica de quimioterapia assim não estaria em contato com pessoas com doenças contagiosas. E funcionou!!!
Acontece que minha sogra está doentinha e no último mês pegou uma infecção forte, na mesma semana em que eu fiz a aplicação de Imunoglobulina Humana. Então por recomendação médica fui proibida de ir visitá la. Para muita gente pode ter parecido que fui omissa ou insensível mas para mim o que importava nesse mês era o que meu noivo sabia e o que minha sogra sabia, que eu não poderia me expor a esse "risco". Uma vez que uma simples gripe em você pode virar uma pneumonia em mim.
Mas isso chateia, deixa a gente frustrada, incomodada. Pois isso envolve pessoas que eu amo. E aí tenho que por na balança o risco que posso correr.
Nesse mesmo mês, coincidentemente, tive relatos de duas pacientes que tiveram infecções após passarem por tratamento para Stiff Person Syndrome.
Agora mais uma vez me encontro na mesma situação, eu teria que fazer um novo ciclo de Imunoglobulina mas a minha sogra está doentinha novamente e mais uma vez recebi recomendações da doutora. E essas recomendações me doem muito, pois fico muito em dúvida de como agir. As recomendações são visitas sem contato físico e lave muito bem as mãos, e se fizer o ciclo de Imunoglobulina Humana  nada de visitá la. Agora eu te pergunto? Como agir assim com alguém que a gente ama??? Como preservar minha saúde sem magoá la? É claro que se eu explicar eles irão entender com todo o carinho. Mas estou desabafando aqui e mais do que isso, relatando a importância de pensarmos nas consequências de nossas atitudes. Para não causarmos mal para nós nem para os outros.
Pois para mim, pior que ser magoada é magoar!!! E isso eu não quero fazer com quem eu amo!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Depois da Stiff Person Syndrome!!!

Quando eu postei sobre como era minha vida antes do diagnóstico da Stiff Person Syndrome, uma amiga comentou algo que me marcou muito. Que as vezes era preciso escrever sobre como se tinha a vida antes pois depois do diagnóstico, nós "meio" que nos esquecemos de como era viver antes... e tudo passa a ser...Viver a doença.
Não foi assim que minha vida se transformou, eu não vivi só dá doença mas ela querendo ou não toma grande espaço na minha vida. Depois do dia 15 de setembro de 2011, eu me tornei uma pessoa nova. Apesar de eu ter ficado 4 anos na luta por um diagnóstico e esses 4 anos contribuírem por uma grande mudança no meu modo de pensar e encarar a vida. Após o dia do diagnóstico parece que temos o dia mais marcante, lembro todas as palavras, lembro o horário, lembro a reação da minha mãe e lembro a minha reação. Minha mãe saiu de lá muitooo triste, eu saí de lá muito feliz, afinal como eu sempre disse no blog....naquele momento eu sabia contra quem eu estava lutando, meu inimigo tinha/tem nome e sobrenome...Stiff Person  Syndrome.
Saí do ambulatório de Neuromuscular sem entender muito, fiz uma breve pesquisa na Internet e prometi que nunca mais iria fazer isso. O que eu tinha lido já me era suficiente e deixei as coisas mais pesadas para minha mãe digerir. De certa forma não queria me contaminar com imagens feias e prognósticos ruins.
Me agarrei na parte boa, comecei a pensar em escrever o blog. Pois queria achar pessoas com Stiff Person e ajudá las a não sofrer.
Passei meses tomando só medicamentos por via oral. Viajei para Santa Catarina e me apaixonei por aquele estado e as cidades que conheci. Me encantei com as pessoas de lá...renasci. Voltei sabendo que teria que encarar o tratamento com Imunoglobulina Humana, pois só existe esse método de conter o avanço da Stiff. A adaptação ao corpo a Imunoglobulina não é nada fácil, ela é ruim de tomar...ela lá nos dá reações adversas.
Me dediquei totalmente ao blog e ele até que fez sucesso. Até agora "achei" umas 4 pacientes que me encontraram na Internet e possuem  Stiff Person Syndrome, e o Dr Acary e a Dra Valéria aceitaram muito bem os novos pacientes que eu fui levando.
Tive altos e baixos da Stiff...Aprendi a lidar com alguns assuntos. Continuei remoendo outros que somente agora aprendi a me desapegar.
Fiz novos amigos, na verdade eu descobri novos amigos que sempre estariam do meu lado. Fiz uma grande amiga para a eternidade, na verdade foi um encontro de alma, né Catia?
Encontrei um  grande amor quando eu não acreditava mais encontrar...
Aprendi mais ainda a rir das minhas "desgraças".
Mas também aprendi o quanto dói perder alguém que a gente ama. Aprendi com ele que quem ama liberta!!! E quando ele se foi senti a dor imensa da Stiff se manifestar no meu corpo. Aprendi que despedidas são cruéis mas mais cruel é quem não quer perder a pessoa por egoísmo, ainda que ela sofra.
Aprendi que tinha mais pessoas do meu lado do que eu imaginava.
Aprendi que beleza não é tudo....mas também não posso negar meu amor pelo meu cabelo. Hehehehe
Aprendi que eu tenho que emagrecer não por estética mas sim por saúde.
Aprendi que devo me afastar dos problemas dos outros, afinal ninguém se importa com o que eu sinto.
Aprendi que tenho que manter o sorriso no rosto.
Aprendi que se eu cair 7 vezes eu terei que levantar 8.
Aprendi que quem manda na minha vida sou eu, e Stiff Person Syndrome nenhuma é capaz de me dominar...
Aprendi que agora sou forte!!!

domingo, 16 de agosto de 2015

Você lava minha louça???

Sabe o que eu acho??? Está faltando muitos gatos no mundo para cada um ter 7 vidas para cuidar e parar de cuidar da vida alheia, ou então...pilhas de louça suja para as pessoas lavarem...
Estou vendo tanta gente "metendo o bedelho" na vida alheia e acho isso tão incômodo.
Vejo gente reclamando da vida das pessoas, falando o que acham, sem ao menos saber o que se passa na vida dessas pessoas.
Pare de dar "pitaco" na vida alheia, vá caminhar em um parque, visite um asilo, um orfanato. Pare de xeretar a vida alheia no Facebook,  use ele para espalhar amor, fotos legais, ideais. Pare de falar o que não acrescenta nada.
Se você não paga minhas contas, não veste minhas roupas, não sente minhas dores.... de nada adiantar se "meter" na minha vida. Nem eu na sua.
Aprenda a conviver com a individualidade alheia. Aprenda a respeitar as opções e desejos do próximo. Nunca fale o que não tem certeza... Não aponte o dedo para o vizinho.
Se eu compartilho um acontecimento da minha vida pessoal na rede social, espero que fique feliz junto comigo. Assim como eu fico ao ver certas fotos na minha timeline. Seja mais feliz e pare de tentar controlar ou prever o que acontece na minha vida, na vida do seu vizinho, ou seu parente. Viva a sua vida...ela deve ser bem divertida. Garanto!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Como a "minha" Stiff Person Syndrome se manifesta.

Estou escrevendo como a "minha" Stiff Person Syndrome se manifesta pois aprendi que nenhum portador apresenta os mesmos sintomas.
A duas semanas eu postei essa foto no meu Facebook como forma de esclarecer e ilustrar, na verdade informar as pessoas como é ter Stiff Person Syndrome, senti muito apoio em postar a foto mas também senti que algumas pessoas me "condenaram" por poluir a timeline delas com a foto. Na boa? Quem me conhece sabe que não estava me fazendo de coitada, só queria explicar como é conviver com Stiff Person. Sei que muitas pessoas não estão preparadas para isso mas é a minha realidade e não tem como eu escondê-la.
Não tenho vergonha de dizer que tenho Stiff Person Syndrome, não tenho vergonha de responder quantas perguntas vocês quiserem me fazer, não tenho vergonha de olhares curiosos. Não pedi para ter Stiff Person, não comprei ela em uma prateleira, isso é algo com que terei que lidar a vida inteira e quem gostar de mim terá que saber lidar com as minhas limitações.
Como a Stiff Person Syndrome age?Falando a grosso modo ela é uma doença auto imune que aumenta um anticorpo específico (Anti-Gad) que ataca meus músculos, minha tireóide (causando hipotireoidismo) e meu pâncreas (causando diabetes).
Além do acompanhamento com o médico neuromuscular é necessário fazer acompanhamento com um endocrinologista. No meu caso, eu só desenvolvi o hipotireoidismo e uma pré - diabetes ( tenho crises de hipoglicemia), isso quer dizer que meu pâncreas manda sinais que se eu não tomar cuidado posso vir a desenvolver uma diabetes tipo 1 ( Insulina depentente). Isso porque quando eu tenho essas crises de hipoglicemia quer dizer que meu pâncreas "jogou" insulina demais no meu sangue fazendo minha taxa de glicose baixar, a endocrinologista diz que quando ele está "maluquinho" desta forma temos que ter atenção com ele pois existe algo de errado. Para checar se existe algo de errado fiz alguns testes que demonstram que tenho anticorpos que atacam o pâncreas (má notícia), a boa notícia é que até agora como minha doutora disse meu pâncreas tem sido um guerreiro e não desenvolveu a diabetes.
Quanto ao hipotireoidismo, esse foi o primeiro sintoma a ser detectado. A tireóide fica "preguiçosa" e começa a produzir índices baixos de hormônio. Então tenho que repor diariamente com doses de hormônios em comprimidos. No início eram doses baixas, depois de algum tempo aumentaram a dose. E hoje tiveram que aumentar mais ainda (mau sinal), sinal que a tireóide não está funcionando como deveria.
Mas o que mais incomoda mesmo na Stiff Person Syndrome em mim, digo em mim pois cada paciente sente de uma forma diferente. São as dores. De início era dores apenas no braço direito e perna direita, após isso perna esquerda. E ano passado comecei a sentir manifestações na coluna. Crises de soluços... Então isso quer dizer que ela está progredindo. E atacando meu tronco, agora. Isso não me choca, desde o começo sabia que era uma doença progressiva. Como eu sempre digo. Sou eu quem estou no controle. Ela está doendo pra caramba nos últimos dias, o emocional piora, stress piora, ficar muito tempo de pé piora, muito tempo sentada piora, precisamos dormir mais do que o normal. Mas....mesmo assim estou aqui escrevendo para vocês. Não quero que julguem ninguém com Stiff Person Syndrome de coitadinho. Pois não somos. Somos durões.
Ah!!! E por falar em durões a foto foi de uma crise que tive onde o músculo fica em cãibra durante dias.
Para controlar isso tomo doses diárias de relaxantes musculares, e mais a famosa Imunoglobulina Humana que ajuda a controlar a imunidade e não ter tantas crises...sendo assim mantemos a Stiff controlada, entenderam???
Gostaria de coração que se alguém tiver alguma dúvida não se sinta envergonhado/a para perguntar.  Adoraria explicar mais sobre isso e mostrar as que o preconceito está na cabeça de quem tem!!!!
Obrigada pelo apoio!!!!

domingo, 7 de junho de 2015

Dias de luta!!!

Ando sem escrever... Eu sei!!! Isso é péssimo... Algumas pessoas me cobram, eu mesmo me cobro. Mas ando sem assunto ou ando sem querer escrever na verdade. As vezes tudo o que queremos é sair de cena, mas isso não adianta em nada. Hoje li uma frase muito importante, "Quando você quiser se retirar e ficar em um canto, lembre - se que o mundo é redondo!!!" Nem sempre a saída mais fácil é não encarar as coisas de frente, não importa do que estou falando.
Agora por exemplo estou vivendo dias difíceis, meses mais difíceis ainda na verdade mas não é da minha natureza reclamar... Nunca fui a criança chorona que faz birra e esperneia. As coisas não funcionam assim comigo. Eu encaro!!! Eu vou a luta!!! Escuto a verdade por pior que ela seja. Mas ainda assim não a tomo para mim...
Outro dia conversando com um portador de Stiff Person  Syndrome, ele me disse que o médico deu expectativa de vida para ele de 80 anos. Sinceramente??? Essa não é minha realidade, minha médica já disse que não vou morrer de Stiff Person e mesmo que ela dissesse eu daria uma bela risada e diria: - Dúvido!!!
Sou mais forte que isso, mais forte do que as pessoas pensam ou determinam... Eu faço as regras da minha vida. Eu que determino quando irei morrer, a não ser é claro que a lei de Deus tenha um plano maior para mim. Mas aí é com ele. E eu sinceramente não acho que ele vai me levar com Stiff Person, eu morreria de maneira mais dramática...faz mais meu estilo. Hehehe
Não quero que pensem que esse é um post negativo... Muito pelo contrário!!! Quero provar para vocês que existe vida em mim, ainda que exista dor... 4 longos dias e noites de dores insuportáveis!!! Só quem tem Stiff, sabe o que eu falo. Mas não é isso que me derruba. A dor nada mais é a prova que meu corpo vive, e que de certa forma eu continuo aquela menina marrenta que desafia os limites.
Sinto orgulho por me sentir mais forte, sinto orgulho por conseguir esconder tão bem a dor de alguns e sinto orgulho de não precisar fazer cara feia pra ninguém por isso. Ninguém é obrigado a suportar a dor que eu passo.
Deus dá o frio conforme o cobertor, não vou reclamar se as vezes eu tenho que usar um super edredon. Tenho é que agradecer a possibilidade de poder estar aqui dividindo isso com vocês.
E estar feliz por estar de volta. Prometo...novos post's...Novas histórias... teremos muito ainda por vir... É lutando que se alcança os objetivos. E o meu objetivo??? São as estrelas!!!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Quem é quem pra julgar???

Hoje é o aniversário de 73 anos do gênio
Stephen Hawking. Em uma nota postada pela revista Super Interessante no Facebook, uma pessoa escreveu um post questionável, no meu ponto de vista. O post dizia mais ou menos assim... -De que adianta ter tanta sabedoria e não ter saúde para aproveitar isso e usufruir a vida. E ficar a vida toda tentando provar que Deus não existe.
Parei, respirei...e retruquei óbvio. Hehe
A questão da genialidade do Stephen Hawking nada tem a ver com a sua teoria que Deus não existe.
Meu Deus não pune, não julga, não se vinga. A maldade está em mim, em você que está lendo, em geral nos seres humanos independente da religião que possuem.
A questão maior está no respeito que devemos ter na opinião do próximo. Na semana em que houve o atentado terrorista na França por causas religiosas. Eu paro e me pergunto. Será que o motivo dos dois atiradores era religioso ou era também orgulho ferido??? Aquela velha questão a minha religião é melhor que a sua. A minha opinião é melhor que a sua. Pois não consigo generalizar e achar que todos os muçulmanos estão de acordo com essas mortes. Não a nada no mundo que faça eu separar meu Deus do seu Deus. Indepente de religiões diferentes todos estamos indo para um só caminho.
Então o Deus que Stephen Hawking não acredita não pode fazer dele menos genial, e nem por isso julgarmos que não adianta tanta genialidade somada a uma doença tão debilitante como a ELA.
Como eu respondi para a pessoa do Facebook, quero continuar tendo Deus no coração, minha síndrome só me tornou uma pessoa melhor então não questiono ela e escolheria passar por tudo que passei e passo. Pois cada passo é um aprendizado, então quero continuar aprendendo com Deus, com a humanidade e que Deus continue no meu coração independente do que acontecer com minha vida.
Pois depois disso eu li uma pergunta muito peculiar, e uma resposta muito fantástica.

- Um homem tão genial com ELA. O que seria dele se não tivesse doente???
- O mesmo gênio que é!!!