Não teria como escrever sobre a Stiff Person, os cinco longos anos que eu passei e tudo de preconceito que eu senti... Então escolhi esse como meu segundo post, acho que nada mais justo. Afinal muitas vezes ele dói mais do que a dor da Stiff, no meu caso doía muito me olhar no espelho mas eu aprendi a lidar com a situação. Quando os tais sintomas começaram a dar sinal eu pesava 58kg e quem me conhece sabe o tanto que eu dava valor para minha imagem...não porque eu era fútil mas sim porque sempre queria parecer impecável, tenho uma tia que dizia que não tinha um fio de cabelo fora do lugar. Acontece que os médicos não sabiam o que eu tinha e eu fiz várias sessões de pulsoterapia, corticóide via oral e tomava muitos remédios para dor o que me deixava dopada fazendo eu dormir dia e noite... Conclusão engordei lindos 34kg. Agora para e pensa...como ficou minha cabeça??? Minhas roupas mudaram, as pessoas me olhavam com dó...e eu não conseguia enxergar que aqueles quilos a mais não era o que realmente importava em mim.
Perdi toda a vaidade, a dor vinha na frente, a ponto de um dia minha mãe me olhar e dizer: - Vivi, você tem que cortar esse cabelo, se arrumar. Mas eu não tinha vontade alguma.
Passei por um momento fechada num casulo e não queria atender nem minhas amigas e amigos no telefone, minha mãe que atendia...mas o que doía é que muitos nem tentavam ligar....muitos se afastaram... Enquanto eu tinha saúde eu tinha um milhão de amigos, depois que eu fiquei doente a maioria deles se afastaram... uns com a bela desculpa de que eu não atendia ao telefone, mas eu sabia que os que queriam saber de mim ligariam para minha mãe. Foi ai que iniciei meu processo seletivo em relação a amizades e foi ai que eu comecei a perceber os benefícios que a doença podia me dar... de alguma forma eu tinha que usar isso ao meu favor... Comecei a cortar as amizades falsas, fazer uma limpa na minha caderneta e deletar quem não me acrescentava em nada.
Para mim os meninos foram os mais cruéis, como muita gente sempre disse eu sempre fui bonita, e quando esses caras fúteis vinham atrás de mim achando que iam encontrar aquela "antiga gata" percebiam que eu estava doente e gorda, logo o papo mudava... De interesse amoroso logo isso passava a ser só amizade. Também comecei a usar isso ao meu favor logo ia assustando o cara....tô doente, 34kg a mais, tenho limitações....todos fugiam e isso não me magoava mais, pois determinei uma meta na minha vida...que um dia voltaria ao meu peso original e postaria uma foto no face.... Emagrecer era para mim não para os outros.... me sentir bonita era por mim, não pelos outros e o mais importante de tudooooo mais do que me sentir bonita eu precisava me sentir saudável.... Era de saúde que eu precisava e não de um regime... era de falta de dor, amigos sinceros e conforto que eu precisava. Foi ai que eu comecei a perder peso, foi aí que comecei a me sentir confortável com quem eu era, algumas pessoas especiais contribuíram para isso mas não darei nomes...eles sabem quem são.
Tudo na vida tem um lado bom e o lado bom da Stiff Person Syndrome, é que ela me deu óculos e eu comecei a enxergar o lado feio das pessoas, a poder selecionar quem realmente valia a pena...e o mais importante o que realmente valia a pena na minha vida e não mais importava se os 34kg permanecessem comigo desde que eu tivesse qualidade de vida...
Hoje em dia eu peso 69kg, só faltam 11kg para eu chegar onde estava antes de ficar doente... e quando isso acontecer a vitória vai ser minha, e o aprendizado foi todo meu....cada quilo que emagreço é como se Deus me ensinasse que eles não importam....pois quilos vem, quilos vão.... Pessoas vem, pessoas vão...o que realmente importa é no que você se torna ao longo da jornada...
Hoje em dia eu peso 69kg, só faltam 11kg para eu chegar onde estava antes de ficar doente... e quando isso acontecer a vitória vai ser minha, e o aprendizado foi todo meu....cada quilo que emagreço é como se Deus me ensinasse que eles não importam....pois quilos vem, quilos vão.... Pessoas vem, pessoas vão...o que realmente importa é no que você se torna ao longo da jornada...