segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Inicio com detalhes (Parte 2)

E lá estava eu com todos os meus medos...imaginando tudo o que poderia ser... Neurologista??? O que ele me diria??? Não tinha neurologista de plantão no hospital apenas Neurocirurgião que me pediu imediatamente uma ressonância magnética, me lembro que fui a primeira a ser atendida...da máquina eu via quatro médicos juntos analisando minhas imagens... O que mais podia estar me acontecendo??? Quando finalmente o exame termina eles me disseram que eu tinha 4 manchas supra-ventriculares no cérebro e isso sugeria Esclerose Múltipla, eu teria que ser internada imediatamente para fazer pulso-terapia (Isso é corticoide por via endovenosa). A má notícia era que no hospital eles não tinham estrutura para fazer isso e demoraria muito para solicitarem o corticoide então eu teria que ser transferida. Me pediram para ir para casa me receitaram um remédio para dor e que eu passasse no hospital no dia seguinte para pegar o resultado da ressonância.
No dia seguinte quando chegamos ao hospital a bomba, meu exame havia sumido. E depois de muito tempo acharam um laudo que dizia que eu não tinha nada de anormal na ressonância. Demorou tanto que eu tive que repetir o exame na véspera de Natal.
Foi bem aí que minha saga começou...
Fui pulando de neurologista em neurologista todos sem uma explicação concreta, quando eu tinha crises de dores no globo ocular e visão embaçada ia direto para o hospital e lá me internavam para fazer a famosa pulso-terapia, Solumedrol na veia, assim a inflamação do nervo óptico passava e minha visão voltava ao normal... Os médicos chamavam isso de Neurite Óptica, e cada vez internada mais eu engordava com o "querido" corticoide e mais uma vez espetavam a minha coluna para o "delicioso" exame de liquor da espinha. Ao todo foram 5 traumatizantes vezes... E me avisavam que era assim mesmo que muitas vezes as manchas demoravam para aparecer, cheguei a fazer ressonância da coluna inteira.
Todas as vezes eram frustrantes...frustrantes ao ponto de torcermos para aparecer algo pois não aguentávamos mais passar o que estávamos passando.
Foi aí que a prima da minha mãe indicou um médico reumatologista da Unifesp, passei por uma consulta com ele, talvez a mais demorada da minha vida e desconfio que da vida dele também...kkkkk....Pediu 2 exames. Os dois exames que eu fiz deram alterados mas eles não são muito conhecidos na comunidade médica, na verdade o que eu sinto é que ou eles não entendem muito sobre eles ou não acreditam muito no que eles mostram, são os famosos potenciais evocados... O dos olhos eu não conseguia manter meus olhos abertos na volta no metrô, parecia literalmente uma drogada, deitei no peito da minha mãe e me lembro que meus olhos doíam tanto que eu queria que eles caíssem...
Voltei no reumatologista Doutor Alexandre e ele rapidamente disse que não era a área dele, e me lembro até hoje quando estávamos saindo do consultório minha mãe desesperada olhou para ele e disse: -É psicológico Doutor??? A resposta dele: -Antes fosse!!! Minha sentença estava decretada eu tinha algo e ninguém conseguia descobrir o que era... Recomendou que eu deveria passar com o Doutor Acary, foi aí que ouvimos a primeira vez o nome do meu salvador... Minha mãe rapidamente tentou marcar uma consulta mas a agenda dele é completamente lotada durante 3 meses e não tinha nem previsão de quando a agenda abriria para novas consultas...Desistimos do Doutor Acary naquele momento, minha mãe não...




"É bom ter esperança, mas é ruim depender dela."
Textos Judaicos